Clínicas apostam em ambientes acolhedores propostos para autistas

Criar ambientes pautados em aspectos emocionais é um dos preceitos da neuroarquitetura, resultando em tantos benefícios para os usuários. Mas a neuroarquitetura também tem norteado os projetos dos estabelecimentos preocupados em oferecer espaços mais confortáveis e funcionais, especialmente adaptados à população com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Brasil, temos como exemplo o espaço Luna ABA, em Curitiba, clínica especializada na Análise do Comportamento Aplicada que se baseou na neuroarquitetura em busca de proporcionar um ambiente terapêutico inclusivo.

Desde as salas de atendimento, áreas de refúgio, até as salas de regulação sensorial e os espaços para atividades físicas, tudo foi pensado para incorporar a neuroiluminação adaptada, o design biofílico e os demais recursos de navegabilidade para garantir um fluxo natural e facilitado aos aprendizes. O papel é conceber espaços funcionais que promovam saúde, concentração e bem-estar geral dos usuários da clínica, reafirmando o compromisso com a qualidade de vida das pessoas autistas e suas famílias.

 

Ser humano como protagonista

O Transtorno do Espectro Autista afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, diagnosticada em uma a cada 36 crianças, conforme dados do Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos. Portanto, é essencial repensar a maneira de lidar com a diversidade neurocognitiva e conceber ambientes de trabalho mais acessíveis pode ser um primeiro passo. Entender e mergulhar nas necessidades de cada um é fundamental para valorizar a contribuição única que esses indivíduos podem oferecer, proporcionando um atendimento eficaz e humanizado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Transtorno do Espectro Autista representa importantes desafios no convívio social, na comunicação verbal e não verbal, e nos interesses por atividades repetitivas. Mas cada pessoa apresenta particularidades, exigindo uma identificação precoce e de um acompanhamento continuado para mudar a rota de desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida. Nesse cenário, clínicas que centralizam todo o cuidado e acompanhamento em um único lugar podem melhorar significativamente a eficiência e a integração dos serviços oferecidos.

 

É preciso pensar na inclusão

Com a aplicação da neuroarquitetura, espaços como salas de terapia sensorial e interação social ganham novas dimensões de acolhimento. Na Luna ABA, por exemplo, o projeto inclui elementos como tonalidades calmantes e implementa

diretrizes para o zoneamento sensorial, evidenciando uma abordagem centrada nas necessidades dos pacientes. Não poderiam ficar de fora também uma horta e um espaço pet. Os espaços são arranjados não somente pelo uso, mas também pelos estímulos sensoriais ofertados.

O compromisso é sempre com a qualidade de vida e o desenvolvimento dos pacientes. Com espaços projetados para inspirar e acolher, o projeto da clínica da capital paranaense, que possui endereços no interior de São Paulo e Rio de Janeiro, tem previsão para ser entregue até dezembro e irá marcar uma nova fase de cuidado.

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