Tanto os arquitetos em início de carreira, quanto os mais experientes na área estão sujeitos à falta de inspiração quando sentam para criar seus projetos. Você provavelmente já pensou que, embora o seu trabalho estivesse finalizado, ainda faltava alguma coisa, como um toque especial.
Isso é muito comum na vida de profissionais que dependem da sua criatividade para trabalhar, como compositores, estilistas, escritores e, claro, arquitetos. Para ajudar você a se inspirar e encontrar a cereja do bolo nos seus projetos, trouxemos uma lista de filmes sobre arquitetura.
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Embora não seja exatamente um filme sobre arquitetura, não há como negar que a ambientação e os cenários escolhidos por Bong Joon-ho são os fatores mais importantes para representar a ideia da produção.
O diretor faz uma crítica sobre a diferença econômica entre duas famílias e traz à tona problemas na urbanização sul-coreana. Enquanto a família rica mora em uma mansão ensolarada que foi planejada por um arquiteto renomado, o lado pobre da trama vive em um porão mofado e malcheiroso.
Muitas pessoas que assistiram ao filme relataram um enorme desconforto ao verem o estado da casa, se assim podemos chamar, da família pobre. Infelizmente, esse tipo de moradia existe na vida real. Essas construções são chamadas de banjihas.
A arquitetura também faz parte do enquadramento das cenas. A família rica é sempre vista de cima para baixo, estratégia usada para mostrar a superioridade de uma classe sobre a outra. Para chegarem à mansão, os personagens precisam subir uma rua íngreme e vários lances de escada. As paredes da construção são de vidro, enquanto a casa da família pobre mal possui janelas.
O filme faz o espectador pensar não só na desigualdade econômica, mas também em como as casas pobres poderiam ser mais bem planejadas e em como a urbanização deve ser repensada para evitar o surgimento de moradias como as banjihas.
Meu Tio representa muito bem a arquitetura das cidades europeias do século XX, claro que de uma forma mais exagerada e dramática. A produção mostra o contraste entre dois mundos durante o pós-guerra: de um lado, encontramos os entusiastas da modernidade e da revolução tecnológica; do outro, as pessoas que viviam nos modelos tradicionais.
A diferença entre esses dois mundos é representada em três níveis: o habitante, sua casa e o bairro onde vive. O personagem que faz a ligação entre os dois lados da cidade é uma criança que mora no bairro moderno, em uma casa futurista. O tio dela, representado pelo próprio diretor, vive na parte antiga e tradicional da cidade.
Além de criticar a busca desenfreada pela modernidade, Tati mostra como as diferentes moradias influenciam a socialização dos personagens. A criança mora na Villa Arpel, uma bolha que a separa do restante da vizinhança. Já o tio vive em um complexo de casas, onde há um grande contato social entre os moradores do bairro. Enquanto o sobrinho está sempre entediado dentro de sua casa por não poder interagir com o mundo exterior, as crianças do bairro do tio brincam o dia inteiro em terrenos baldios.
Outro ponto muito importante do filme é quando os aparelhos eletrônicos começam a apresentar defeitos ou deixam de seguir as ordens dos moradores da casa. Tudo isso mostra que nem sempre a casa mais tecnológica é o melhor lugar para se viver.
O longa-metragem produzido pelo francês Jean-Luc Godard foi responsável por inspirar os bairros nobres de várias cidades, como o Alphaville, em São Paulo. Embora essa região nobre seja nacionalmente conhecida pela tranquilidade e sofisticação, o filme traz uma temática mais sombria e pesada.
Somos apresentados à cidade de Alphaville, que é monitorada por um supercomputador chamado Alpha 60. A história se passa em um mundo distópico, onde o progresso tecnológico trouxe o retrocesso moral e social. Como o filme não tem ligação com tempo ou espaço, fica difícil saber se o diretor faz uma crítica ao presente ou ao futuro.
Na cidade fictícia, o supercomputador é responsável por planejar o futuro dos cidadãos e os proíbe de formular pensamentos independentes, que são considerados ilógicos. A linguagem foi “confiscada” das pessoas para que, dessa forma, a máquina pudesse controlar toda a sociedade mais facilmente.
Por mais que cause uma grande aflição nos espectadores, a obra é muito indicada para os estudantes de arquitetura. Os cenários presentes no filme inspiraram muitos projetos e são utilizados até hoje no ramo arquitetônico.
A Origem é um filme muito conhecido por ter uma temática nunca vista antes e por ser capaz de confundir a cabeça dos espectadores. A produção foi assinada por Christopher Nolan, um dos diretores mais renomados atualmente, e se tornou um grande clássico contemporâneo.
Sua premissa é de que os sonhos podem ser manipulados. O protagonista Cobb, interpretado por Leonardo DiCaprio, é um arquiteto de sonhos e vive em uma realidade na qual é possível adentrar a mente humana. Ele é um dos melhores profissionais na arte de roubar segredos do inconsciente humano durante os sonhos.
Apesar de o protagonista ser chamado de “arquiteto de sonhos”, a trama não é sobre arquitetura propriamente dita. Ainda assim, não deixa de ser intrigante ver a forma como o ambiente se modifica e a distorção do espaço criado pelos arquitetos de sonhos.
No entanto, o filme nos faz imaginar como seria interessante ter o poder de criar e manipular ambientes usando apenas a força do nosso pensamento. Muitos arquitetos, após assistirem à produção, se questionam se algum dia existirão arquitetos de sonhos, como Cobb. Isso certamente facilitaria a sua vida na hora de criar um projeto, não é mesmo?
Existem muitos filmes sobre arquitetura além dos que apareceram na nossa lista. Se você gosta da sétima arte, não vão faltar opções para servir de inspiração. Lembre-se de que toda obra cinematográfica se passa em um espaço. Portanto, até mesmo aquelas que não abordam a sua área podem trazer ótimos insights.
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