Entenda a importância da iluminação de ambientes no projeto

iluminação de ambientes

Quando o assunto é reforma ou construção de um novo imóvel, a maioria das pessoas se preocupa com o planejamento dos móveis, a escolha do estilo de decoração e organização dos espaços. A iluminação dos ambientes é um tema que fica sempre em segundo plano. Para quem é leigo em arquitetura, fazer a iluminação de um ambiente parece ser uma tarefa fácil. Afinal, acredita-se que basta colocar uma lâmpada potente no meio do cômodo. Isso está errado!

Todo bom arquiteto sabe que um projeto luminotécnico bem executado pode ampliar ambientes, ressaltar a decoração, dar a sensação de aconchego e, até mesmo, diminuir a conta de energia dos moradores da casa. A seguir, falaremos mais detalhadamente sobre a importância da iluminação de ambientes para projetos arquitetônicos. Quer saber mais? Então, acompanhe a leitura!

O que é um projeto luminotécnico?

O projeto luminotécnico nada mais é do que o estudo do efeito da iluminação. Como já citamos no início do texto, o seu objetivo é conciliar a funcionalidade de cada ambiente, seja ele interno ou externo, valorizar o projeto, diminuir o consumo de energia e identificar o melhor tipo de iluminação para cada ambiente da casa. Esses fatores precisam complementar-se para haver harmonia no conjunto da obra.

Outro ponto muito importante analisado no projeto luminotécnico é o conforto visual. Você, provavelmente, já deve ter tido a experiência de entrar em um cômodo inteiro branco, com uma iluminação muito forte e sentir um grande desconforto nos olhos. Isso acontece porque a iluminação em excesso, assim como a sua falta, afeta negativamente a visão.

Quais são os tipos de iluminação existentes?

Podemos classificar os tipos de iluminação em três categorias: direta, indireta e difusa. É função do arquiteto analisar as características dos ambientes e identificar o melhor para cada um deles. Entenda como isso funciona!

Direta

Como o próprio nome já sugere, a iluminação direta é aquela que direciona a luz para um objeto ou para uma superfície específicos. Alguns exemplos de iluminação direta são os abajures, as luminárias e os spots de luz.

Uma grande desvantagem desse tipo de iluminação é que, por ser muito forte, ela nos mantém ativos e acordados. Por isso, é indicada para ambientes que requerem produtividade, como escritórios e salas de leitura. A iluminação direta também direciona a nossa atenção para certo ponto, que pode ser a mesa de estudos ou o computador.

Você deve estar se perguntando: se o abajur se classifica como iluminação direta, por que ele é colocado no quarto, ao lado da cama? Muitas pessoas gostam de ler antes de dormir e, por se tratar de uma luz direta, o abajur ajuda na leitura. No entanto, a iluminação indireta também pode ser uma boa opção.

Indireta

Ao contrário do tipo de iluminação anterior, a luz indireta se “espalha” pelo ambiente, portanto, pode iluminar uma área maior. Por ser menos intensa, esse tipo de iluminação proporciona uma sensação mais agradável aos olhos, tornando o ambiente mais calmo, confortável e amigável.

A iluminação indireta é muito utilizada em ambientes com forro de gesso e, também, indicada para cômodos com paredes, pisos e revestimento claros, visto que a luz é refletida pelas superfícies claras e deixa o ambiente ainda mais iluminado.

Ao contrário da iluminação direta, por ser mais suave, a luz indireta pode provocar sono. Por isso, o seu uso é recomendado para quartos, sala de estar e espaços de lazer. Outro ponto importante sobre a luz indireta é que ela não provoca calor, enquanto a iluminação direta pode esquentar o objeto que está abaixo do seu feixe de luz.

Difusa

A iluminação difusa, provavelmente, é a mais conhecida e mais utilizada em projetos arquitetônicos. Ela se caracteriza pelo uso de uma lâmpada no meio do cômodo. Embora a luz se “espalhe” pelo espaço, ela se mostra mais presente que a iluminação indireta, mas também não é tão forte e desconfortável quando a direta.

Parte dos projetos costumam utilizar a iluminação difusa em conjunto com os outros tipos de iluminação. A grande vantagem desse tipo de luz é que, por estar localizada logo no centro do ambiente, não há partes com muita sombra. A iluminação difusa geralmente é utilizada em salas, cozinhas, banheiros e, até mesmo, quartos.

Linear

Trata-se de um modelo de iluminação relativamente recente, em que a iluminação do ambiente é feita por linhas contínuas de luz. O mais comum é o uso de luminárias lineares para esse tipo de iluminação. Apesar de ser uma luz forte, ela não agride os olhos e traz uma sensação aconchegante, quando bem distribuída no ambiente.

Um grande diferencial da iluminação linear é a sua estética inovadora, que pode agregar muito valor à decoração do ambiente. O uso desse tipo de luz também é recomendado para ambientes funcionais, como cozinha, escritórios, salas de reuniões, entre outros.

De orientação

A iluminação de orientação, como o nome diz, é aquela utilizada para orientar o fluxo de movimento de pessoas em lugares escuros, como nas escadas dos cinemas. Esse tipo de iluminação também pode ser usado em corredores, escadas de residências, corrimões, jardins e ao redor das piscinas.

O objetivo dessa luz não é clarear todo o ambiente, mas indicar o caminho correto a ser seguido. Portanto, a iluminação de orientação deve ser mais fraca que as demais. Vale destacar que fios de LED e luzes estilo pisca-pisca não são indicados para essa tarefa, pois as pessoas podem enrolar os pés nos fios e se acidentar. A iluminação indireta deve ser feita por lâmpadas embutidas.

Decorativa

Ao contrário dos outros tipos de iluminação, a função da decorativa não é o efeito da luz, mas a decoração e o efeito decorativo que a iluminação proporciona. O melhor exemplo de iluminação decorativa é o uso de lustres e arandelas. Geralmente, esse tipo de luz é utilizado em projetos mais amplos, sofisticados e com o pé direito maior.

Como escolher a lâmpada certa em projetos luminotécnicos?

Além de analisar os tipos de iluminação, também é preciso considerar os tipos de lâmpadas, pois cada produto proporciona efeitos diferentes e tem um gasto de energia próprio. Portanto, é necessário conhecer bem cada lâmpada disponível no mercado antes de planejar a iluminação de um imóvel. Veja, agora, quais pontos devem ser considerados ao comprar lâmpadas.

Iluminância ou emissão de luz

A norma NBR 5413 estabelece o nível de iluminância (lux) ideal para cada ambiente da casa. Portanto, essa norma deve ser a base de qualquer projeto luminotécnico. O valor definido pela norma varia conforme a função de cada ambiente, para que, assim, os moradores desfrutem de uma quantidade de luz satisfatória.

Por exemplo, a emissão de luz recomendada para quartos e banheiros de residências é de 150 lux, enquanto, para penteadeira e áreas próximas a espelhos, o ideal se torna 300 lux. Já para mesas de trabalho, escritórios e áreas de estudo, o valor recomendado é de 500 lux.

Potência elétrica

Muitas pessoas costumam confundir a potência com a emissão de luz, mas a primeira opção se refere ao consumo de energia, medido em watts (W). Analisar a potência das lâmpadas é muito importante para que o projeto luminotécnico, além de funcional, proporcione maior economia de energia para os moradores do imóvel. As lâmpadas com maior emissão de luz e menor potência elétrica são as mais procuradas, pois isso significa que elas proporcionam uma iluminação adequada, sem gastar tanta energia.

Deve-se pensar na luminária que será usada para as lâmpadas. Alguns dos suportes diminuem consideravelmente o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas, mas o consumo de energia continua o mesmo. Portanto, a eficiência da lâmpada acaba sendo prejudicada. As lâmpadas de LED possuem a melhor relação de emissão de luz combinada à potência elétrica.

Reprodução de cor

A capacidade de reprodução de cor das lâmpadas é medida por meio do Índice de Reprodução de Cores (IRC), que indica a eficiência das lâmpadas em refletir as cores da forma como elas realmente são.

A luz do sol é o ponto de referência de qualidade utilizado para o IRC. A escala pode variar de 0 a 100, sendo que 100 é o valor mais elevado de qualidade de reprodução de cor. Recomenda-se que sejam usadas lâmpadas com IRC de 85 a 100. No entanto, esse número pode variar dependendo da finalidade da iluminação. Lâmpadas destinadas à iluminação decorativa ou de orientação, por exemplo, podem ter IRC menor.

Temperatura de cor

A temperatura de cor é a característica das lâmpadas que provocam o efeito visual quente, frio ou neutro. Isso significa que, dependendo da lâmpada, as paredes do seu quarto, por exemplo, podem parecer mais ou menos coloridas. A luz amarela, considerada quente, possui temperatura de cor de 2700 K, enquanto a branca, também conhecida como fria, tem cerca de 6500 K.

Esse fator, embora poucas pessoas saibam da sua existência, interfere na ambientação dos cômodos e no efeito estético. A luz branca é indicada para cômodos destinados a tarefas laborais, como cozinha e escritório. No entanto, a luz amarela traz a sensação de aconchego e calmaria. Por isso, seu uso é recomendado para quartos e sala de estar.

Algumas pessoas costumam associar a temperatura de cor das lâmpadas com outras propriedades, como o IRC. É falso que todas as lâmpadas brancas possuem um alto índice IRC e iluminam mais. É preciso dissociar essas características e analisá-las separadamente.

Qual é a importância da iluminação de ambientes?

A iluminação correta tem o poder de trazer efeitos diferentes para dentro dos projetos, seja para dar destaque a itens da decoração, seja para iluminar os ambientes de maneira uniforme, seja para criar um clima aconchegante para certas ocasiões.

Existem projetos que contam com a presença de bastante luz natural, o que facilita a vida do arquiteto, pois a presença dessa luz facilita o planejamento do projeto luminotécnico e contribui para a economia de energia. No entanto, nem todo mundo tem o privilégio de morar em uma casa com uma boa iluminação natural. Nesse caso, o papel do arquiteto é suprir a ausência da luz natural com a iluminação artificial.

Além de todos os fatores que devem ser analisados durante o projeto luminotécnico e que já foram citados neste texto, também é preciso considerar os tipos de lâmpadas e de iluminação artificial que existem. Esse ponto é fundamental, principalmente para projetos que não contam com muita iluminação natural.

Antigamente, a maioria das casas usava lâmpadas incandescentes, mas elas ficaram obsoletas quando as fluorescentes chegaram ao mercado. Apesar de serem mais caras, as lâmpadas fluorescentes são 20 vezes mais econômicas. No entanto, agora existe um novo tipo de lâmpada que promete deixar as fluorescentes em segundo plano: as lâmpadas de LED. Cada ambiente pede um tipo de iluminação adequada e um tipo de lâmpada diferente.

Como você pode notar, a iluminação de ambientes vai muito além de apenas colocar uma luz em um cômodo para evitar a escuridão. São vários pontos que devem ser analisados. Um projeto luminotécnico, quando feito corretamente, pode mudar a vida dos moradores de uma casa.

Quais são as melhores dicas para iluminação de ambientes?

Sabemos que são muitas informações importantes para serem analisadas para se fazer a iluminação de ambiente. Os arquitetos experientes já estão acostumados, mas, se você ainda é novo na área, provavelmente, deve estar confuso. Pensando nisso, fizemos uma lista com as melhores dicas para a criação de um bom projeto luminotécnico. Confira!

Avalie o tamanho dos espaços

A primeira etapa do planejamento da iluminação de qualquer ambiente é analisar o espaço. Além de avaliar a função de cada cômodo da casa, também é preciso considerar o tamanho de cada ambiente. Como dissemos, geralmente, os quartos não contam com uma grande quantidade de lâmpadas, entretanto, dependendo do tamanho do cômodo, é possível haver a necessidade de colocar mais de uma lâmpada ou recorrer a luzes mais potentes.

Se você está fazendo o projeto de um imóvel ainda em construção, é essencial que a parte da iluminação seja conversada com o projetista elétrico, afinal, se os seus trabalhos não forem compatíveis, você não conseguirá colocar em prática as ideias do seu projeto luminotécnico. O projetista elétrico, ou eletricista, saberá dizer quais tipos de lâmpada e de luminárias poderão ser usados em cada cômodo, além de fazer todas as instalações que você solicitar.

Atente à temperatura das lâmpadas

Voltando a falar um pouco sobre a temperatura das lâmpadas, é preciso avaliar a temperatura delas em projetos luminotécnicos residenciais. Como falamos antes, a iluminação amarela passa a sensação de conforto, enquanto a branca nos deixa mais acordados e atentos.

Além do efeito, também precisamos mencionar a questão do calor. Algumas lâmpadas, como as de LED, são mais fortes e, por isso, conduzem calor mais facilmente. A presença de muitas lâmpadas com capacidade de transmitir calor pode alterar a temperatura do ambiente. Portanto, tenha cuidado.

Não exagere na iluminação

Como já dissemos antes, tanto a falta quanto o excesso de luz causam uma sensação visual desagradável e podem fazer mal à saúde dos olhos. Enquanto a escuridão nos impede de enxergar e pode, até mesmo, causar acidentes, o excesso de luz ofusca a nossa visão e traz desconforto, principalmente para quem tem olhos claros. É preciso pensar na quantidade de luz que realmente é necessária para cada ambiente. Alguns cômodos da casa pedem uma iluminação mais aconchegante e branda.

Isso ocorre porque existem superfícies capazes de refletir a luz, como paredes brancas, objetos metálicos e espelhos. Portanto, ambientes com cores claras não precisam de lâmpadas tão fortes. Além disso, cuidado para não direcionar as luzes para espelhos ou outros objetos refletores.

Use a iluminação pontual

A iluminação pontual, também chamada de iluminação de destaque, é uma ótima opção para quem deseja chamar a atenção para certos objetos decorativos da casa. Você pode usar fitas de LED para agregar valor estético a estantes e prateleiras, por exemplo.

Outra dica interessante é usar os spots de luz para destacar quadros, porta-retratos, vasos ou qualquer outro tipo de item decorativo. Para quem busca um efeito mais sofisticado e sóbrio, ao invés dos spots, também é possível usar arandelas. A iluminação pontual é muito indicada para áreas de lazer ou ambientes externos, já que essas partes do projeto geralmente recebem mais luz natural.

Combine luz direta com luz indireta

A luz central é muito utilizada quando a intenção é distribuir a iluminação para todo o cômodo. Entretanto, é importante ter atenção ao tamanho da luminária utilizada para a luz central. Como a intenção da luz direta, ou central, é alcançar níveis uniformes de claridade por todo o cômodo, em ambientes maiores, o tamanho da luminária e a capacidade de iluminação da lâmpada também devem aumentar.

Ao contrário da luz central, a iluminação indireta é mais direcionada, menos intensa e proporciona um ambiente mais intimista. Embora sejam totalmente diferentes, a iluminação direta e indireta podem ser combinadas dentro do mesmo espaço para causar um efeito ainda mais interessante na estética do ambiente. Por exemplo, um quarto pode ter uma iluminação central e, ao mesmo tempo, contar com abajures ao lado da cama, luminárias na penteadeira ou fios de LED ao redor dos quadros.

Combine a iluminação artificial com a natural

Assim como a combinação entre luz direta e indireta, o equilíbrio entre iluminação artificial e natural também é possível. O ideal é que a luz natural seja aproveitada ao máximo, em projetos residenciais, comerciais ou industriais. A luz natural oferece vários efeitos positivos para o nosso metabolismo e para a nossa saúde mental, portanto, é imprescindível que você crie entradas para ela, até mesmo, em ambientes fechados.

Ambientes com maior iluminação natural normalmente contam com uma maior ventilação. Esses dois fatores fazem dos cômodos mais arejados e frescos, além de trazerem a sensação de tranquilidade.

Invista em cores claras

A luz não é o único fator capaz de iluminar ambientes. As cores também ajudam muito. Trazer luz para um ambiente de paredes escuras, por exemplo, é muito mais difícil que iluminar um quarto todo branco.

As cores brancas refletem a luz e, por isso, ajudam a dar a sensação de claridade. O mesmo raciocínio pode ser usado para os móveis e itens decorativos. Até mesmo a cor do piso deve ser analisada para melhorar a claridade do quarto. Isso não significa que todos os cômodos da casa devem ser inteiramente brancos, existem outras cores que refletem a luz, como o amarelo e o azul-claro. Evite usar cinza, roxo ou outros tons escuros, principalmente, em ambientes com pouca iluminação natural.

Pense na economia de energia

Os seus clientes reclamam que a conta de luz está muito alta? Isso significa que é hora de rever a forma como você planeja os seus projetos luminotécnicos. É verdade que as luzes ajudam na decoração, no entanto, não indicamos que você exagere na quantidade de lâmpadas, pois o custo-benefício acaba tornando o seu projeto inviável.

As lâmpadas de LED são as grandes estrelas na categoria de maior economia. Não é à toa que as lâmpadas de LED são as mais usadas pelos arquitetos. Além de terem um ótimo custo-benefício, elas gastam pouca energia e têm uma grande durabilidade. Economizar energia é muito mais do que gastar menos dinheiro, essa também é uma forma de tornar os projetos mais sustentáveis. A população brasileira está cada vez mais preocupada com as questões ambientais e ecológicas, portanto, esse pode ser um grande diferencial atrativo para o seu trabalho.

Como você pôde perceber, fazer a iluminação de ambientes não é uma tarefa fácil, mas também não é algo impossível. Se você seguir todas as dicas deste texto, temos certeza de que o seu projeto luminotécnico será um grande sucesso. Lembre-se sempre de que, apesar de ser o profissional ideal para essa função, a opinião do cliente deve ser considerada a todo momento durante um projeto arquitetônico.

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