Neuroarquitetura e as cores: entenda como nosso cérebro as interpreta!

roca neuroarquitetura

Sempre escutamos como as cores são repletas de significados. Desde os primórdios, o tom de uma planta era capaz de indicar se ela era comestível ou não, ou o céu escuro podia ser um alerta para a busca de um abrigo. Com o tempo, as tonalidades passaram a carregar também sentidos atribuídos por diversas culturas, que associaram determinadas cores com sentimentos e sensações. Mas os efeitos das cores no cérebro humano vão além dos valores culturais e pessoais.

Sabia que existem estudos capazes de avaliar o real impacto delas no comportamento humano? Como falamos aqui, a neuroarquitetura trabalha principalmente com sete variáveis ambientais, que interferem diretamente em como entendemos os ambientes. Uma delas são as cores! Esse é um estudo de extrema importância, ainda mais quando ligado à arquitetura e interiores – isso porque as tonalidades são elementos centrais na hora de compor ambientes, que podem ser percebidos como mais aconchegantes ou estimulantes, dependendo do uso das cores.

Mas então, como as cores são percebidas pelo nosso cérebro?

Com um grande impacto visual, as cores são primeiro captadas pela visão. Esse estímulo externo é então direcionado para o cérebro através do nervo óptico, que tem como função conectar o cérebro com nossos olhos, para que os impulsos nervosos sejam levados da retina até o córtex, que faz o processamento de cor. O processo envolve áreas distintas de nosso cérebro, inclusive aquelas responsáveis pelo processamento de emoções e de nossa memória.

Cores e os sentidos

Sabia que as cores podem influenciar até mesmo no sabor de um vinho? Isso foi o que apontou o estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da Johannes Gutenberg University Mainz, na Alemanha. Nele, foi pedido para que 500 participantes degustassem o mesmo vinho, determinando o quanto haviam gostado dele e quanto pagariam por ele. A grande diferença é que algumas pessoas experimentavam a bebida em salas com iluminação branca, enquanto outras estavam em salas tonalizadas de verde, azul ou vermelho.

O estudo mostra que o mesmo vinho recebeu classificações muito diferentes: nas salas vermelhas e azuis, ele foi tido como mais agradável e recebeu valores maiores do que nas salas verdes ou brancas. Nas salas vermelhas, ele ainda era entendido como mais doce e frutado.

Assim, mostra-se como uma determinada cor pode influenciar até mesmo na experiência de outros sentidos.

Aplicando esses conhecimentos na arquitetura

Mas e como podemos usar isso na prática? Primeiro, esse tipo de conhecimento vem para nos ajudar a entender como as características de um ambiente influenciam os seres humanos, impactando diretamente em seu comportamento, saúde e bem-estar. Analisando os impactos das variáveis ambientais, conseguimos tomar decisões mais conscientes na hora de projetar um espaço – seja ele residencial, comercial ou corporativo.

O estudo do Instituto de Psicologia da Johannes Gutenberg University Mainz traz uma importância ainda maior para o cuidado na hora de se projetar ambientes de cozinhas, restaurantes e salas de refeição. As cores escolhidas podem influenciar diretamente na experiência do comer – quando bem escolhidas, podem acentuar um sabor ou estimular boas sensações, com a liberação de endorfina. Por isso, o indicado é o uso dos tons quentes, capazes de estimular mais o cérebro, que percebe o ambiente como mais aconchegante, gerando uma série de respostas biológicas positivas.

Como as cores também estão diretamente relacionadas com a área da memória, é importante usar essa ligação a nosso favor na hora de projetar. Assim, é possível criar um ambiente que remete à natureza até mesmo em uma construção completamente artificial, uma vez que o cérebro é capaz de fazer associações automáticas de determinadas cores com paisagens e elementos naturais.

Quer saber mais? Continue conosco e conheça o Roca NeuroLAB, primeiro laboratório de neurociência aplicada à arquitetura do Brasil!

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