Como os espaços culturais podem usar a neuroarquitetura?
Momentos especiais geram lembranças positivas e contribuem com o aprendizado de crianças e adultos. Seguindo esse raciocínio, as instituições culturais e museológicas, do Brasil e do mundo, têm reunido cada vez mais elementos como arte, entretenimento, história e as experimentações dos cinco sentidos em seus projetos por meio da Neuroarquitetura, com o intuito de ampliar o repertório dos visitantes.
Atualmente, com o retorno das grandes mostras e da reabertura de importantes espaços, como o Museu do Ipiranga e o Museu da Língua Portuguesa, ambos em São Paulo, aproveitamos para abordar como a neurociência e a arquitetura podem colaborar para uma experiência ainda mais encantadora e produtiva.
Experimentação
Da mesma forma que as grandes feiras de decoração e design promovem experiências imersivas e sensoriais para o público, isso também acontece dentro dos importantes centros culturais espalhados pelo mundo afora, com o objetivo de agregar valor e proporcionar memórias marcantes. E, mais uma vez, a Neuroarquitetura se faz presente por meio de seus preceitos. Veja exemplos:
– Imagine uma aula de ciências sobre o corpo humano. Talvez algumas crianças não se interessem tanto pelo conteúdo. Mas, e se ao invés da sala de aula, o aprendizado for vivenciado dentro de um museu em que a tecnologia contribui para mostrar como o corpo reage por dentro? Algo que estimule a visualização do funcionamento de cada uma das partes e, ainda alie diversão com o conhecimento?
É exatamente isso o que está acontecendo! É cada vez mais comum presenciarmos exposições e mostras interativas, em que todos os sentidos podem ser estimulados – audição, olfato, paladar, tato e, especialmente, a visão.
Um bom exemplo é o Museu Catavento Cultural, na cidade de São Paulo, um dos mais visitados do Brasil, principalmente por grupos escolares repletos de curiosidade por Biologia e temas afins.
– Já para os apaixonados por futebol, não há nada mais emocionante do que rever um grande momento do esporte através de imagens, vídeos ou áudios de transmissões memoráveis, como acontece nas exposições tecnológicas do Museu do Futebol, em que o visitante poderá se sentir, quem sabe, na final de uma Copa do Mundo.
– Para quem gosta de TV, cinema ou música, poderá rever e ouvir grandes shows, filmes e artistas que fizeram história no Museu da Imagem e do Som, que já recebeu grandes mostras imersivas e de grande sucesso de público.
– Já para quem prefere um programa gastronômico, então poderá aguçar olfato e paladar em aulas e degustações especiais no Museu do Café, em Santos. E, para os aficionados em ciência, também é possível explorar galáxias em projeções do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
– Falando nos museus que reabriram recentemente – Ipiranga e Língua Portuguesa – é possível mergulhar na riqueza tanto da história do Brasil, quanto da sua principal forma de expressão: o seu idioma. Tudo isso sempre explorando sentidos, memórias e emoções com exposições surpreendentes!
Esses são apenas alguns exemplos de como a neurociência pode ajudar no ensino de pessoas de todas as idades. A tendência é que, cada vez mais, tanto os espaços culturais como os ambientes educacionais usem dessas estratégias para ganhar a atenção de todas as gerações.
Como a neuroarquitetura funciona?
O estudo da neuroarquitetura colabora na compreensão de como o cérebro reage a determinados espaços e possibilita o desenvolvimento de projetos que impactam positivamente na vida das pessoas. Essa relação entre o ambiente externo e o cérebro é possível graças aos sentidos básicos (visão, audição, tato, olfato e paladar), que identificam as informações do meio externo e as levam até o cérebro, criando sensações distintas que, quando atreladas às experiências de vida, determinam a forma como iremos reagir a determinados ambientes. Portanto, é exatamente isso o que acontece quando uma exposição ou qualquer tipo de evento cultural envolve verdadeiramente as pessoas.