O poder das cores na casa e na vida das pessoas

Tranquilizar, relaxar, melhorar o humor, estimular a fome e a concentração. Definitivamente, as cores, quando bem harmonizadas e dosadas, têm um papel essencial no conforto dos ambientes e, consequentemente, no bem-estar dos moradores. Elas influenciam e muito na nossa alegria, prova disso é só andar por um parque e, ao ver um jardim florido, a gente acaba mudando de sorrindo, mudando a energia. Você também já viveu essa sensação? Muitos podem amenizar a sensação de viver numa cidade grande e cinza, como São Paulo, por exemplo, com uma decoração suave e colorida. E já que elas exercem esse poder de transformar os ambientes é preciso cuidado ao escolher cada uma, não só pensando no intuito de decorar, mas também provocar as sensações desejadas. Não há regras, como usamos na receita de bolo, mas podemos e devemos pensar de forma consciente. Podemos evitar, de maneira geral, nuances esfuziantes (amarelo, laranja e vermelho) em locais que combinam descanso, como o dormitório, e recorremos aos vermelhos e laranjas onde lidamos com alimentos, estimulando o apetite.

Se a ideia é não errar na combinação, que tal pensar nos tons complementares, que ocupam os lados opostos no círculo cromático, como vermelho e verde, laranja e azul, amarelo e roxo? A priori, eles parecem incomuns, mas no dia a dia combinam superbem ao equilibrar nuances quentes e frias. Já as tonalidades correspondentes se referem aquelas que estão lado a lado no círculo cromático, o que conhecemos de tom sobre tom. Fica muito especial jogar com diferentes contrastes, como verdes claros e escuros.

E por falar em círculo cromático, vamos falar resumidamente um pouco sobre o que ele significa. Estamos falando de uma representação simplificada das cores enxergadas pelo olho humano, demonstrada por um círculo dividido em doze partes, cada uma representada por uma cor. Ao todo, temos três cores primárias (amarelo, vermelho e azul), três secundárias (mistura de duas primárias) e seis terciárias (mix das primárias com secundárias). Abaixo, estão as principais características e sensações percebidas de cada cor. Vamos lá?

Verde: está relacionado ao renascimento, estimula o relaxamento e aumenta a concentração. Resulta na sensação de frescor, calma, saúde e está ligado à natureza e à prosperidade. Na cultura japonesa, o verde quer dizer vida eterna e é a cor sagrada do Islam.

Azul: conectado ao mar e céu, ele tem efeito calmante e está ligado à liberdade. Oferece a sensação de segurança, confiança e tecnologia. Curiosamente, é uma das cores mais escolhidas no mundo e, acreditam, os egípcios foram os primeiros a desenvolverem os pigmentos sintéticos azuis.

Vermelho: é energia, alegria, criatividade, entusiasmo. Apostar nos tons de vermelho pode resultar num destaque especial no projeto, no ambiente.

Amarelo: resulta em a alegria e deixa os ambientes mais descontraídos. Pode ser usado em suas variações desde o ocre, passando pelo mostarda até o amarelo vivo e aceso. Quando está presente em ambientes mais escuros ajuda a iluminar o local.

Branco: totalmente ligado às sensações de paz e tranquilidade. Traz, como consequência, amplitude e é bem versátil. Mas sempre devemos tomar cuidado ao pintar tudo de branco e tornar os espaços exageradamente frios.

Preto: remete à formalidade, seriedade, elegância. Também é sinal de sofisticação, mas sugiro usar sem exageros para não pesar no ambiente, sempre combinando com outras cores mais claras e vibrantes.

Cinza: variação mais leve do preto, ele tem uma gama infinita de variações. É extremamente neutro para ser usado como base e é atemporal.

Vale lembrar: quando falamos de estudo das cores e neurociência aplicada a arquitetura também temos que ter atenção a dois outros fatores: a memória da cor e a cultura local, pois ambos trarão informações relevantes sobre as pessoas que irão usufruir do espaço. Assim, a partir desta análise bem mais profunda, centrada no usuário e no olhar individual sobre o espaço e seu serviço, podemos encontrar uma solução ideal.

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