Você já ouvir falar no japonismo? Esse termo designa o impacto de algumas expressões artísticas japonesas no que é produzido nas artes, na arquitetura ou mesmo no design. Isso só reforça a importância dessas influências no nosso enriquecimento cultural.
Para entender melhor o que é o japonismo, como sua influência foi construída, como ela se deu no Brasil e como aplicá-lo nos seus projetos, prossiga com a leitura até o final!
Os primeiros usos do termo japonismo como conhecemos hoje vêm de longe no tempo. Ainda no século XIX, ele foi empregado para dar nome ao fenômeno de aumento na utilização de estampas ukiyo-e (um tipo de xilogravura criada no Japão Imperial) em partes da Europa e nos Estados Unidos.
Esse período também coincidiu com uma abertura do Japão para o mundo, já que por muitos séculos o então império se manteve fechado ao exterior. Aos poucos, alguns artistas conseguiram transpor essa barreira a passaram a ter sua arte reconhecida aqui no Ocidente.
Com isso, aos poucos algumas dessas expressões da cultura japonesa foram se infiltrando nesses países e ajudaram na criação de variadas formas de expressão e novas tendências da arquitetura, da pintura, das artes decorativas, do design e até mesmo da literatura.
Ao mesmo tempo, o japonismo não deve ser encarado apenas com uma cópia fora de lugar daquilo que era feito em território japonês séculos antes. Enquanto os países ocidentais absorviam suas influências, havia uma retroalimentação, fazendo com que até mesmo gênios da pintura adotassem traços do japonismo nas suas obras. Um exemplo disso é o mestre holandês Vincent van Gogh, que era apaixonado pelo estilo das gravuras japonesas.
Por fim, é importante não confundir o japonismo com um estilo oriental, que vai muito além da arte produzida no Japão e muitas vezes desconsidera a união entre essas diferentes culturas que propicia tantas inovações em várias expressões artísticas e culturais.
A influência artística do japonismo no Brasil se dá antes mesmo da chegada dos japoneses ao Brasil, no começo do século XX.
A partir da chegada dos primeiros imigrantes oriundos da Ásia, a situação foi mudando de figura e grande parte da arte e da cultura japonesa foi incorporada em alguns pontos do Brasil.
Alguns desses imigrantes se envolveram na introdução da arte moderna no país após a Semana da Arte Moderna de 1922. Em algumas cidades, ainda há bairros de origem japonesa, e, por muito tempo, os cinemas mantidos pela comunidade japonesa exerceram papel importante na integração entre esses imigrantes ao novo país.
Décadas depois, já nos anos 1980, outras influências japonesas ampliam os preceitos do japonismo e inicia um novo ciclo dessa influência nipônica no Brasil. Basta pensar nos desenhos animados japoneses (os animes), na incorporação da espiritualidade de fragmentos daquele país ou mesmo nos quimonos usados como peças do dia a dia.
No design, a influência do japonismo se dá pela integração de dois estilos: o Hygee e o Wabi-Sabi. Enquanto o primeiro foca a busca por conforto e bem-estar, o segundo evoca o minimalismo como ponto alto. Diante disso, é possível apontar alguns princípios do japonismo no design.
Aqui, tudo que é considerado um defeito estético pode ser valorizado e as imperfeições são utilizadas para criar texturas ou acabamentos.
Qualquer intervenção no espaço deve privilegiar o bem-estar e o aconchego. Isso tem como objetivo fazer com que todas as pessoas que vão utilizar o local se sintam acolhidas, não importando se vão estar ali por muito ou pouco tempo.
Nada pode ser por acaso e tudo deve buscar a moderação, seguindo os preceitos das filosofias orientais e o calculismo milimétrico das gravuras japonesas.
Esse estilo de design deve privilegiar a presença de plantas, arvores, canteiros tecidos naturais e objetos em porcelana e argila.
Menos é mais, sempre. Seja na pintura, seja na escolha das cores para ambientes internos ou externos ou mesmo na decoração, tudo deve ser pensado com cuidado para não gerar uma sensação de sobrecarga
O japonismo pode servir de inspiração para diferentes aspectos de um projeto de design ou arquitetura. E isso é ótimo, já que faz com que diversos caminhos possam ser percorridos em busca do objetivo proposto. Abaixo, mostramos algumas sugestões de como incorporar esse estilo.
Siga um estilo natural e escolha madeiras com cores mais claras. Peças mais neutras, sem tantos detalhes ou curvas rebuscadas, são uma boa opção para remeter aos princípios do japonismo.
A organicidade não aparece apenas no uso de plantas em locais de destaque. Isso pode ir além e englobar o emprego de objetos que também deem destaques a formas orgânicas, sem tantas linhas retas, assim como acontece na natureza. Objetos e cantos arredondados cumprem bem esse papel, bem como itens artesanais feitos de bambu e fibras naturais.
Tons beges, marrons e terrosos são a pedida ideal para combinar com esse estilo. Basta pensar que eles estavam bastante presentes nas gravuras que deram início a esse movimento artístico lá atrás.
Cores mais vivas, como vermelhos e azuis escuros, podem ser utilizadas em pequenos detalhes para criar destaques ou dar contrastes que vão fazer toda a diferença no resultado.
Seu projeto não precisa ser 100% baseado na estética do japonismo. Com bom senso, é possível mesclar estilo e alcançar resultados incríveis, lembrando sempre o intercâmbio entre culturas que influenciou bastante lá atrás o japonismo. Só não se esqueça de evitar objetos desnecessários caso sua intenção seja destacar o minimalismo.
Vivemos em sociedade permeadas por diferentes influências, vindas dos mais distintos lugares. Assim, não é de se surpreender que o japonismo tenha ganhado tanto espaço e siga encantando mesmo tanto tempo depois do seu florescimento.
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